terça-feira, dezembro 27, 2011


SOBRE O AMOR, MENINAS E ESTAR PERPLEXO...



Eu estava sentado em uma praça olhando alguns jovens que ali passeavam. O comportamento de cada um era bem diferente do comum, talvez do comum da minha época, mas não era algo que eu costumava a ver. Havia muitas moças em colo de rapazes, abraçando e beijando... Um desses rapazes envolvia, em seus braços fortes e musculosos, uma menina, com uma beleza de dar inveja e um corpo de tirar o fôlego. Ele a segurava de uma forma bruta, sem a intenção de machucá-la... Ele a segurava como um troféu, e não como uma “princesa” (como toda mulher gosta e deveria ser tratada). Ela vestia um short curto e aperto, uma blusa decotada com alguns rasgos dos lados. Era perceptível necessidade de carinho e seus olhos brilhavam quando olhava para o rapaz que a segurava. Eles não pareciam ter um compromisso sério, vez ou outra os olhos dele acompanhava meninas que passavam em sua frente. Ele não a tratava com carinho, não parecia ter um cuidado com a menina, estava ali com ela apenas “curtindo”. Via-se que ela queria algo mais sério e tentava chamar sua atenção, mas não era o suficiente, apenas seu corpo conseguia fazer este serviço e parecia ser a única coisa que importava para o rapaz no momento.


Havia também crianças onde eu estava, correndo e pulando, cercando os jovens, que não davam a mínima a elas. Nada de anormal nisso. Crianças gritando e brincando, isso nunca iria me espantar ou impressionar, afinal, são crianças.

Mas o comportamento de um me deixou abismado. Sua percepção, o faro, o fato de ter chegado até mim e dito:

- “Isso não está certo! Isso não é amor! Ou é? Não é o que os filmes mostram. E de filmes eu entendo. Gosto de filmes. Assim como minha mãe. Os seus preferidos são aqueles melosos, cheios de amor, beijos e namoricos.”

Não tive uma “reação” de imediato. Afinal, do que aquela criança estava falando? Por que ele estava me importunando com essa conversa sobre amor e filmes?

- “Bem, digo isso porque ando observando aqueles jovens ali.”

Observando? Que tipo de criança usa a palavra OBSERVANDO? Ele usava. Aquele menino, pequeno e espertinho, apreciador de filmes. 

- “Senhor, está me ouvindo? Estou conversando com o senhor!”

- “Meu filho, por que não vai brincar com aquelas crianças?” 

- “Porque eu estou perplexo, meu senhor!”

PERPLEXO? Ele disse PER-PLE-XO?

- “Escute-me, senhor! Veja se não tenho razão...”

O menino espertinho olhou bem para os jovens, antes de completar seu discurso sobre algo que ainda nem sei... Estou perplexo!

- “Eu não sabia o que era amor, mas sabia que minha mãe estava amando. Uma amiga da escola me disse que amor é quando você sente borboletas no estômago, mas eu achei isso muito careta. Fui procurar uma pessoa mais experiente, a minha professora, e ela disse que amor é o que o papai sentia pela mamãe, mas eu não tenho um pai. Apesar de querer muito saber o que era esse tal de amor, eu não fui até a mamãe...”

- “Eu estava com vergonha.” (ele disse bem baixinho, como um sussurro)

- “Mas não tive escolha e fui até ela. A mamãe me contou que amor é uma mistura de duas coisas: sentimento e atitude. Você ama uma pessoa, isto é um sentimento. Você cuida de quem você ama, isso é uma atitude. Um só se completa com o outro. E quem ama de verdade sabe disso. Não se pode apenas dizer que ama, é preciso provar esse amor, através das atitudes.”

- “Mas e o que isso tem haver com aqueles jovens, menino?” 

- “Olhe como aquele rapaz dos braços gigantes trata aquela menina... Como um objeto. O senhor não acha que ela merecia mais? Toda menina merece mais do que a maioria dos meninos fazem por elas. Eles estão ali, aos beijos, entrelaçados um no outro, e é claro que ele disse que a ama, ou é mais provável que ela tenha perguntado se ele a amava e a resposta com certeza foi: amo, ou claro, o que dá no mesmo, porque nenhuma é verdadeira. Ela acha que ele a ama, por estar ali com ela, talvez prometendo o mundo... O que ela não sabe é que se ele a amasse eles não estariam ali, ele não a seguraria como um objeto, apenas para mostrar aos amigos o “mulherão” que ele está “pegando”. Ele não a responderia sem olhar em seus olhos e não diria “amo, ou claro” com a intenção de fazê-la parar de lhe perguntar coisas.”

- “Se ele a amasse de verdade a respeitaria e não sairia com ela apenas para dizer que ele é demais, que consegue ter quem ele quer. Se ele a amasse de verdade não a enganaria com palavras sedutoras, respostas convenientes e cantadas baratas. Se ele a amasse de verdade não estaria ali com aqueles outros jovens apenas para mostrá-la. Se ele a amasse de verdade saberia o que a beleza dela vai além do short curto, blusa decotada e palavreados impróprios. Afinal, amor, ao contrário do que as pessoas pensam, é atitude também não é? Pelo menos foi isso que a mamãe me contou. Há um tempo ela me disse que estava amando... Disse que havia um homem que também estava amando ela. Depois que ela me explicou o que era amor, eu perguntei se quem ela amava fazia tudo isso de bom por ela, e ela disse que sim.”
(Ele disse sorrindo. E os seus olhos brilhavam).

PER-PLE-XO! Era assim que eu estava.

Aquele menino me ensinou umas boas lições naquele dia. Se hoje me perguntassem o que é o amor eu diria: Saiba escolher a pessoa que ficará ao seu lado. Que seja a pessoa certa. Aquela que te ama de verdade, que cuida de você, que te quer bem, que te dê valor, que te ajude, que te respeite, que te ensine, que te dê carinho, que te compreenda, que conheça você por inteiro (a), que ame os seus defeitos... Se encontrar alguém assim, terá a resposta para a pergunta “o que é o amor?”

(Por: Amanda Madureira. Não retire os créditos)
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